quarta-feira, 10 de novembro de 2010















VILELA E O BURACO
Para Ângela Vilma

Jurou cavar pelo menos uns oito metros.
Atravessara a noite cavando.

A mulher arrumara a mesa, os pratos e os talheres.
Chamou três vezes por seu nome.
Não a escutou
E continuou a cavar.

Teria ultrapassado oito metros?
A interrogação não o perturbava.
Continuou a cavar.

Bebeu o silêncio das paredes escuras.
Não voltou a escutar mais ninguém.                  

4 comentários:

  1. bom poema, caro T.
    imagens bem empregadas, gostei muito.

    ¡adiós!

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  2. Caro amigo anônimo, como sempre, belo poema. Você é o cara. Aquele abraço. Da amiga e afilhada. L

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  3. Obrigada pelo presente: belo presente. É melhor deixar de ser anônimo, viu?

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  4. Poema triste e belo. Gostei também do título, que brinca com as referências... É o Vilela ou uma "viela"? rss... Abração, anônimo!

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